Sonho que se possa recuperar a dignidade da pessoa idosa, que, junto com o respeito, constitui as fundamentas do Cuidar, a partir das quais deve-se construir todo o resto. Sonho que o Cuidar da pessoa idosa adquira um valor social, algo que hoje não existe.

Sonho que as ILPI se tornem um lugar de vida, mais parecidas com um “residencial” do que com um hospital, com espaços adequados e repensados para favorecer tanto a intimidade quanto a socialização, onde os tempos e ritmos biológicos dos residentes sejam respeitados, e não apenas os turnos da equipe.

Sonho que cada profissional do Cuidar tenha orgulho da sua profissão e a enxergue como uma missão, pois considerá-la apenas um “trabalho” é reduzir sua importância.

Gostaria que os administradores das ILPI fossem capazes de valorizar seus funcionários, reconhecendo-os como recursos únicos e insubstituíveis.

Mas sonho também com contratos de trabalho melhores para aqueles que exercem uma profissão fisicamente e mentalmente exaustiva, com turnos longos, horas extras, folgas canceladas, além do contato diário com o sofrimento, a morte ou, simplesmente, com os cuidados básicos mais desafiadores.

Sonho que familiares e amigos sejam vistos como aliados essenciais no Cuidar dentro das ILPI, e não como “intrusos indesejados”. A colaboração entre os profissionais e os familiares pode fazer toda a diferença, pois são eles que melhor conhecem a pessoa idosa e podem ajudar a melhorar a qualidade do Cuidar.

Sonho, por fim, com uma aliança entre todas as profissões do Cuidar, com o único objetivo de buscar o maior bem-estar possível para a pessoa idosa e sua família.