Núcleos Alzheimer: o que são
Os Núcleos Alzheimer são áreas de cuidado para pessoas com demência. Proteção e segurança são as palavras-chave, e o objetivo é fazer com que essas pessoas se sintam como em casa.
Os Núcleos Alzheimer dentro das ILPI (Instituições de Longa Permanência para Idosos) são áreas de cuidado e assistência voltadas a pessoas com demência e que apresentam distúrbios de comportamento. Proteção e segurança são as palavras de ordem nesses núcleos, onde, graças a um programa de atividades voltadas à estimulação e manutenção das funções cognitivas, além do uso de terapias não farmacológicas, os residentes podem se sentir em um ambiente acolhedor, semelhante ao seu lar.
A harmonia entre cores e mobiliário faz com que os Núcleos Alzheimer não se pareçam com uma ala hospitalar comum, mas sim com um espaço de liberdade — ambientes amplos e iluminados, com sistemas de segurança avançados e sem barreiras arquitetônicas. Os residentes desses Núcleos Protegidos geralmente têm à disposição áreas comuns de convivência, como por exemplo, atividades de musicoterapia junto com todos os residentes da ILPI.
Adaptar os ambientes à pessoa
Até mesmo o mobiliário pode ser considerado uma forma de terapia! Adaptar os ambientes domésticos às necessidades da pessoa com demência, com pequenos ajustes em luzes, cores e móveis, pode fazer uma grande diferença. O uso de cores quentes, a presença de espelhos e o excesso de objetos e decorações podem causar agitação: o ideal é manter o ambiente com o mínimo de mobília, esconder as saídas camuflando-as com fotografias ou cortinas.
As residências para idosos têm um papel central na vida das pessoas com demência, pois muitas vezes assumem total ou parcialmente as funções assistenciais. Como dito anteriormente, pessoas com demência são muito sensíveis ao ambiente ao seu redor, e uma atmosfera de tensão pode desencadear episódios de raiva ou outros distúrbios comportamentais, gerando um ciclo vicioso cada vez mais grave.
Nossas casas, assim como as ILPI, devem ser centros de cuidado, e por isso precisam ser ambientes acolhedores e adaptados à rotina da pessoa com demência.
Em especial, os móveis e a disposição dos objetos devem ser planejados com cuidado:
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eliminar espelhos, fotos, bibelôs e tudo o que possa gerar confusão. Também é importante retirar tapetes, pois representam riscos de queda;
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atenção às plantas: tudo que possa ser confundido com comida deve ser retirado da vista da pessoa;
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criar contrastes de cores para facilitar a orientação. À mesa, por exemplo, usar pratos que contrastem com a cor da toalha;
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sempre que possível, preferir iluminação natural. Quando artificial, que seja sempre difusa. À noite, deixar uma luz pequena acesa;
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manter a temperatura do ambiente constante.
O segredo é o ser humano
Os Núcleos Alzheimer muitas vezes contam com um jardim completamente protegido, onde os idosos podem usufruir da hortoterapia, sempre sob supervisão da equipe da instituição.
De forma geral, a disposição dos móveis tem um papel importante: o excesso pode sobrecarregar os sentidos da pessoa doente, criando frustração e angústia; por outro lado, ambientes vazios demais podem gerar apatia.
As terapias não farmacológicas devem ser personalizadas. O segredo está no ser humano: colocá-lo no centro e criar espaços de vida onde cada residente possa manter seus hábitos e estabelecer relações com facilidade.
Por: Luca Croci – Revista Cura – IT
Traduzido por: Aline Salla.
Nota da Revista Cuidar – Cuidar no Coração das ILPI
Você já conhecia os Núcleos Alzheimer que vêm sendo implementados em algumas ILPI ao redor do mundo, com baixo custo e alto impacto na qualidade de vida dos residentes?
Essa proposta pode ser adaptada de forma simples e acessível a todas as instituições que atendem pessoas com demência, independentemente do porte ou dos recursos disponíveis, garantindo cuidado humano e segurança a cada idoso.
Atualmente, cerca de 8,5% da população brasileira com 60 anos ou mais — o que equivale a aproximadamente 2,71 milhões de pessoas — vive com demência Serviços e Informações do Brasil; projeções do Ministério da Saúde indicam que esse número chegará a 5,6 milhões até 2050CNN Brasil. Estudos adicionais sugerem que, já no final desta década, poderemos ter quase 2,78 milhões de brasileiros com demência Revista Pesquisa Fapesp.
Diante desse crescimento, é fundamental que gestores e equipes multiprofissionais estejam preparados, transformando pequenos gestos — como ajustes no mobiliário, iluminação e atividades de estímulo cognitivo — em grandes mudanças para a rotina dos residentesAlzheimer’s Disease International (ADI).
Compartilhamos essa experiência como uma inspiração — uma semente de possibilidades replicáveis. Esperamos que essas ideias floresçam nos mais diversos contextos, ajudando a criar ambientes cada vez mais acolhedores, humanos e centrados na pessoa com demência.
E você, quais iniciativas simples e eficazes costuma adotar para acolher seus residentes com sensibilidade e segurança?
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Muito elucidativo!
Muito elucidativo!